quarta-feira, 25 de março de 2009

Conversa de botas batidas

¬ Quando comprei o ingresso para ver o Radiohead no Just a Fest, nem sonhava com a possibilidade do Los Hermanos se reunir novamente para tocar no festival. E nem mesmo às vésperas do show eu me animei tanto com a apresentação dos caras. E tinha até uma certa opinião sobre esse oportuno “retorno” da banda.
¬ Mas a verdade é que deu até vontade de chorar ouvindo, da fila formada no lado de fora da Chácara do Jockey, eles tocarem Cara Estranho lá dentro. E deu muita raiva da organização do festival, pela escolha de um lugar tão longe de tudo. Deu raiva do Governo do Estado de São Paulo, responsável pelas obras que interditam parte das ruas de acesso ao lugar, tornando os congestionamentos gigantes. Raiva do trânsito de São Paulo, que nunca permite que você chegue na hora programada. Raiva de não ter saído mais cedo de casa. Quando finalmente me vi diante do palco, faltavam apenas cinco músicas para o final do show. E a vontade de que o tempo pudesse voltar era imensa. E a tristeza por não saber quando o grupo se reunirá novamente também.
¬ Do pouco que vi da apresentação, algo me pareceu estranho. Li alguma crítica dizendo que foi um show burocrático. Talvez seja essa a palavra. Mas vai ver que eu estava longe demais do palco para perceber qualquer coisa. Só sei que não pareceu muito com o que vi e vivi em outras apresentações da banda. Mas também sei que foi bonito e saudoso. Assim como foi bonito ver no blog do Bruno Medina ele dizer que “valeu a oportunidade de convivência nestas três semanas, de relembrar boas histórias, de tocarmos juntos novamente músicas que significam tanto para tanta gente, e de reviver a maravilhosa atmosfera que envolve qualquer show do Los Hermanos.” E que saudade que me dá dessa maravilhosa atmosfera. E que raiva que me dá por ter perdido uma oportunidade dessas.
(Na foto, de Flavio Florido - Uol -, os hermanos Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo)

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