quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Brandon Flowers toca "Flamingo" na BBC Radio 1


"Quem mais tem pelo menos três ideias por canção e não economiza nenhuma?” A frase, do André Forastieri, é sobre o The Killers, mas serve para o primeiro disco solo do Brandon Flowers. “Flamingo” é cheio desses “desperdícios” geniais. Também é cheio de melodias memoráveis, referências a Vegas, sintetizadores, órgãos, coros e refrões para a gente cantar junto, berrando de alegria, ou para ouvir chorando na frente da lareira (no caso de você ter uma lareira em casa). Exatamente como nos discos do Killers.


Na semana passada, dias depois de "Flamingo" vazar na internet e antes de seu lançamento oficial, Flowers se apresentou nos estúdios Maida Vale, em Londres, para o programa do Zane Lowe, na BBC Radio 1. Ele tocou oito músicas do disco e também "Losing Touch" e “When You Were Young”, do Killers. “Jilted Lovers & Broken Hearts”, a melhor de “Flamingo”, ganhou uma versão para ser ouvida em looping eterno:



Não tinha como eu não gostar de “Flamingo”, que parece mais um disco do próprio Killers do que um projeto de seu vocalista. É que eu sempre gostei da banda mais do que é socialmente aceitável; e mais pelo Brandon Flowers do que por qualquer outra coisa. Não pelo jeito como ele se veste ou se comporta no palco ou por fazer coisas como chamar a Charlize Theron para estrelar seu primeiro clipe: eu gosto do Brandon Flowers porque ele sempre canta como se o mundo fosse acabar. E é muito bom que “Flamingo” pareça “apenas” um novo disco de sua banda, porque assim dá para fazer de conta que ela nunca entrou de férias.

¬ "Brandon Flowers Live at BBC Maida Vale Studios (Entire Set)" em MP3, para download

domingo, 5 de setembro de 2010

O alucinógeno Radiohead a partir do público


Pouca gente na história da música pode se gabar de ter causado uma revolução na indústria fonográfica. Em 2007, quando liberou o "In Rainbows" para download na internet, o Radiohead entrou para esse grupo. E é por isso que não causa espanto eles terem apoiado um projeto de fãs para criar um DVD de uma apresentação da banda em Praga, no ano passado. As imagens de “Live in Praha” foram captadas por 50 pessoas espalhadas em diversos lugares do público e depois sincronizadas com o áudio da mesa de som, cedido pela banda. O material está disponível para download (em diversos formatos e tamanhos diferentes) e também no YouTube. Tudo de graça e autorizado pela turma do Thom Yorke. O resultado é fabuloso. Pelo trailer aí embaixo já dá para se ter uma ideia do clima (“quase” tão alucinógeno quanto aqueles desenhos animados japoneses que provocam convulsões em crianças).



Apesar de ser “reconhecida” pela banda e ganhar em qualidade e edição, a ideia dos tchecos não é original. Há outros projetos do tipo realizados por fãs do Radiohead pelo mundo afora, inclusive no Brasil (onde a iniciativa ganhou o nome de “Rain Down”). No ano passado, o paulistano Andrews Guedis recriou os shows da banda em São Paulo e no Rio de Janeiro da mesma forma: sincronizando o áudio da mesa de som com vídeos feitos por fãs. A diferença é que no projeto brasileiro as imagens, gravadas por celulares e câmeras amadoras, foram retiradas do YouTube. No site do “Rain Down”, Andrews conta que já entrou em contato com os responsáveis pela iniciativa tcheca para pedir uma ajuda na divulgação do pioneiro brasileiro. E para aqueles que não fazem questão das imagens lisérgicas de “Live in Praha”, o paulistano mandou ver na diplomacia e disponibilizou em sua página o áudio do DVD gringo para ser baixado em MP3.