Em artigo publicado na Exame, Bill Emmott, ex-editor da revista britânica The Economist, disse que Obama vai decepcionar. É esse o destino dos políticos, acredita Emmott. Para ele, o poder do novo presidente dos Estados Unidos é menor do que parece.
Reinaldo Azevedo, melhor blogueiro do Brasil, disse que detesta a palavra “mudança” tomada como categoria política. “Daí deriva o meu pé atrás com Barack Obama”, escreveu.
Sabem das coisas, esses.
Ou eu sou muito insensível ou há um certo exagero no crédito que as pessoas vêm dando a Obama. Um ex-senador – como alguém já apontou – que jamais aprovou uma lei, mas escreveu duas autobiografias antes de se candidatar à presidência dos EUA.
É esperado que o homem escolhido para ocupar o cargo mais importante da maior potência do planeta seja, por si só, alguém que desperte a atenção de (quase) qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Fora isso, o fato de um negro, ainda por cima com sobrenome Hussein e filho de um queniano, chegar ao mais alto posto do governo norte-americano é um acontecimento sem precedentes e, por isso, histórico.
Mas daí para essa catarse coletiva é um pouco de exagero.
Na semana passada, a Folha publicou um artigo da atriz, e agora jornalista, Taís Araújo. “Faltando uma semana para Barack Obama ser oficializado presidente dos Estados Unidos da América, decidi que iria me juntar à multidão e assistir de perto a um dos grandes momentos da história”, escreveu, direto de Washington. No auge da sua pieguice, ela dispara: “Após toda dificuldade e quase ter perdido a esperança, eu vi o homem que o mundo espera que seja o representante e defensor de um novo tempo.”
Estranho mundo, esse.
*O Obama com pinta de Clark Kent transformando-se em Superman foi desenhado pelo quadrinista Alex Ross.
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