terça-feira, 12 de novembro de 2013

Planeta Terra 2013: Sete alegrias e um arrependimento

Contrariando todas as expectativas (e sem querer ofender a memória sagrada do Oasis) achei o show do Blur alguma coisa entre excelente e monumental

Sete alegrias...

1) O Travis, que é o tipo de show que eu esperei uns bons 13 anos pra ver e que não tinha como ser ruim (e só por isso foi sensacional).

Travis e o set list de nossas vidas

2) O show da Lana Del Rey, o mais surpreendente de todos. Visual lindo (começou no pôr-do-sol e terminou já no escuro), clima de catarse. Uma cena: Lana entrando com as mãos na cabeça, sem acreditar na reação do público. E emendando “Cola” e apontando o microfone para o público cantar. E fazendo carinha de quem tá gostando demais.

3) “Blue Jeans” sendo cantada em uníssono.

4) Também teve o Blur, inacreditável de bom, mas que eu não posso julgar por motivos de: respeito à memória sagrada do Oasis. Menção honrosa para o Damon Albarn cantando o hino “Country House” no “meio” do público.

5) Ter que mostrar documento pra poder comprar bebida e receber uma pulseirinha de identificação “maior de 18” foi uma das coisas mais emocionantes que me aconteceram nos últimos anos.

6) Saí tarde de casa e perdi uma boa parte do Palma Violets, mas começou a tocar “Best of Friends” bem quando eu estava entrando no Campo de Marte. E foi basicamente um daqueles momentos que valem por uma vida inteira.

7) As muitas e muitas camisetas do Oasis. E também as tiaras de flores nas cabeças das fãs da Lana.

Lana fazendo carinha de quem tá gostando demais

...e um arrependimento.

1) Se tem uma coisa da qual eu irei me arrepender para o resto da minha vida essa coisa é: não ter ido com uma camiseta do Oasis.

ps. O plano era abandonar o show da Lana depois de meia hora e ir para o Beck. Fui, vi "Devils Haircut", a primeira música, mas não aguentei de saudade. Voltei para a Lana. Acabou o show dela e eu voltei para ele, na esperança de ouvir “Loser”. Mas então um amigo disse que ele já tinha cantando e eu troquei a meia hora final de show pela fila da cerveja.

[As fotos são todas da fan page do Planeta Terra.]

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O dia em que o Foals virou o Band of Horses


Meu aniversário. Saio de Ribeirão Preto logo cedo em direção a Brasília, de carro. Mais de 700 quilômetros de estrada. Sozinho. Na primeira parada para um café, em Uberaba, vejo no posto Graal alguns CDs à venda no caixa. Sertanejo universitário, trilha de novela e Band of Horses. Sim, um “Infinite Arms”, do Band of Horses, por R$ 18,99. Achei barato e comprei.

Eu havia ido ao show deles na Colômbia, lembrei. Não conhecia o som da banda mas gostei muito do que vi ao vivo. O CD não podia ser de todo ruim. Coloquei para tocar e realmente era muito bom. Era lindo, na verdade.

"Factory", a primeira faixa, de cara me pareceu muito adequada para uma viagem de carro. Mas daí veio “Compliments", depois "Laredo". Os R$ 18,99 já estavam mais do que bem pagos. Mas a verdade é que uma a uma as músicas foram todas preenchendo o carro por dentro e atravessando a solidão doentia daquele aniversário peculiar. E então “Older”, mais adiante, resumiu tudo. A levada mais country, a letra mais triste. Todos os meus planos “derretendo na areia”.


Melhor som para se ouvir na estrada, pensei. Fiquei tão empolgado que parei em outro posto, em Uberlândia, um pouco mais a diante, só para tirar uma foto da capa do CD e do encarte para postar. A legenda: “comemorando o meu aniversário em excelente companhia”.

A felicidade não passava. Mandei a foto para o amigo que foi comigo ao show na Colômbia. Puta disco lindo, falei. Ele me respondeu que não conhecia o som, mas ia ouvir. Como não conhecia? Fomos juntos ao show e passamos dias comentando depois.

Segui o meu caminho. Depois de cinco horas, cheguei a Brasília. O CD ainda se repetia. Perdi as contas de quantas vezes ouvi.

Em casa, busquei uma foto do show na Colômbia e (surpresa) descobri que o show que eu assisti lá foi do Foals, não do Band of Horses.

Mas “Infinite Arms” é mesmo uma excelente companhia.

[A primeira foto, do Band of Horses fazendo um Pocket Show no Lollapalooza Brasil 2012, foi tirada da fan page do festival. A segunda é uma reprodução da capa do álbum.]

terça-feira, 16 de abril de 2013

O New Order e a nova ordem na Colômbia


Tudo começou com um post no meu Facebook. Um vídeo do Killers em Manchester tocando “Crystal”, a melhor música que o New Order já fez. E com o Bernard Sumner, do New Order. Na cidade do New Order. Só podia ser coisa de Deus. Como se já não fosse benção o bastante, um amigo morando na terra da Shakira e do Escobar comentou meio que me convidado para um festival em Bogotá onde tocariam o Killers e o New Order e mais algumas atrações remanescentes do Lollapalooza Brasil. E eu que não sou de fazer pouco caso para convite de amigo acabei aceitando e comprei as passagens no mesmo dia.

A coisa toda veio no exato momento eu que eu tentava me decidir sobre ir ou não ir ao Lolla. As vantagens de ir a Bogotá seriam muitas. Além do Killers e do New Order, eu poderia ver Two Door Cinema Club, Foals, Passion Pit e mais o Café Tacvba. E de quebra conhecer um outro país (que eu já vinha querendo conhecer há algum tempo). As desvantagens... Bem, a única desvantagem é que Franz Ferdinand e Black Keys, as bandas que mais me interessavam no Lolla, não tocariam lá.

Daí que eu fui e Bogotá é exatamente o que eu imaginava, só que muito melhor. Do aeroporto até a casa do meu amigo já deu para viver experiências bastante peculiares. No trânsito, o povo consegue ser ainda mais vida loka do que na China. Apenas nesse primeiro trajeto eu vi a morte sorrir para mim no taxi quatro vezes. A arquitetura da cidade é linda e só perde em número de construções com tijolinhos à vista para Londres. E tem a comida, que é de comer de gatinho. E tem as arepas con queso, a melhor "comida de rua" que eu já encontrei desde o inesquecível churrasquinho de escorpião de Pequim. E tem as colombianas, que são lindas e bem vestidas. E o povo colombiano, no geral, que é gente finíssima e quebra tudo na balada e sabe cantar as músicas do Foals e do Steve Aoki.


O Estereo Picnic, o festival que me levou até lá, foi mesmo uma maravilha. Muito organizado, padrão Europa, embora eu nunca tenha ido a um festival na Europa (na verdade esse foi o meu primeiro festival fora do Brasil). O Passion Pit acabou cancelando o show nos 48 do segundo e eu não cheguei a tempo de ver o Two Door Cinema Club. Nem o Café Tacvba.

Mas a verdade é que o que me levou até lá, afora todo o resto que eu já contei aqui, foi mesmo o Killers e o New Order (não necessariamente nessa mesma ordem). E os shows foram realmente incríveis. O Killers foi mais ou menos o que eu esperava (e infelizmente não tocou “Bones”, como a gente podia supor). O New Order foi exatamente o que eu imaginava, só que muito melhor. E ao que tudo indica o Foals foi o show mais surpreendentemente excelente que eu terei visto em muito tempo.

Foi especialmente gratificante ver o New Order ao vivo. Sou do tempo em que a gente descobria bandas lendo revistas, jornais e as colunas do Álvaro Pereira Junior. E foi lá que eu descobri o Joy Division, que mais tarde viraria o New Order. E teve colunas também sobre o New Order e sobre tudo o que eles significaram para os rumos da música. Aí eu fiquei meio que fissurado na história deles, do Ian Curtis e de tudo o que eles fizeram depois (e antes também). Mais tarde acabei indo a Manchester por causa do Oasis, mas a viagem acabou sendo muito especial também por todas as outras bandas que já saíram de lá (especialmente o Joy Division/New Order).

Por tudo isso e por mais um monte de motivos que não caberiam aqui ver o New Order ao vivo em um outro país, por si só, já configuraria uma experiência mais que excelente. Ainda teve o adendo de ótimas companhias e de um amigo especial com muita coisa em comum (inclusive o apreço pelo Joy Division, pelo New Order e pelo Oasis).


De volta ao Brasil, decidi escrever uma resenha do show do New Order para esse blog. Mas antes de postar decidi mandar para o Marcelo Costa, do Scream & Yell, meio que “oferecendo” o texto para o site (do qual sou fã desde a época em que a Shakira era morena, gordinha e fazia playback de músicas em espanhol no programa do Gugu). E como se pouca coisa boa fosse bobagem, ele publicou e eu fiquei feliz demais. E esses dez parágrafos que eu escrevi aqui são apenas para apresentar o texto sobre o show do New Order que eu escrevi e que está no Scream & Yell, o que representa não apenas um prazer como também uma honra para mim. Reproduzo o começo dele logo abaixo. E convido o querido leitor para ler a íntegra por lá.

"Em sua primeira passagem pela Colômbia, no último domingo (07/04), o New Order teve a confortável missão de tocar antes do Killers, atração principal do último dia do festival Estereo Picnic, em Bogotá. Confortável por três motivos: primeiro porque numa situação inversa, com os norte-americanos tocando antes dos ingleses, é provável que não sobrassem meia dúzia de gatos pingados para esperar o último show da noite. Segundo porque, com os seus shows de arena arrebatadores (apesar dos últimos álbuns fracos), o Killers consegue manter nas alturas o clímax de uma noite de festival onde eles são a atração principal (mesmo entrando na sequência de uma banda monumental como o New Order). Por fim, mas não menos importante, o simpático público colombiano, formado por filhos de uma geração ansiosa por uma saída pacífica do conflito armado e aprendendo a se acostumar com a discreta entrada do país na rota de shows internacionais, agiria com bastante cortesia qualquer que fosse a atração ali.”

Agora corra até o Scream & Yell e não perca o restante desse texto (tenho fé que ele melhora bastante no decorrer dos parágrafos).

[As fotos foram retiradas da fan page do festival Estereo Picnic. A primeira e a terceira são de Camilo Rozo, a segunda de Torey Mundkowsky]

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Por que amamos Jennifer Lawrence


Fui convidado para escrever um texto sobre cinema para a edição de abril da revista Brazil USA Magazine, voltada para a comunidade brasileira na Florida. Deixaram que eu escolhesse o tema e então eu escolhi falar sobre a Jennifer Lawrence, mulher por quem os meus sinos andam dobrando no cinema americano.

Reproduzo abaixo o início do texto:

"Qual é o segredo de uma garota que está tão presente no imaginário masculino quanto nas rodinhas de conversas das mulheres? Talvez seja esse mistério a grande magia por trás de Jennifer Lawrence. Aos 22 anos, ela é a nova “the girl next door” de Hollywood, rótulo que já foi dado a Julia Roberts e Jennifer Aniston.

Na direção oposta de Kristen Stewart, o outro grande nome da “geração Y” do cinema americano, Lawrence tem uma boa relação com o público e com a imprensa. É cool..."

A íntegra você pode ler na revista impressa, caso esteja na Florida (sorte sua). Ou online, se preferir (minha coluna está na página 26). Ou até mesmo clicando sobre a imagem abaixo, que será ampliada.


[A primeira foto é da campanha da Miss Dior com a J-Law. A segunda é uma reprodução da página 26 da revista Brazil USA Magazine de abril de 2013]