terça-feira, 16 de abril de 2013

O New Order e a nova ordem na Colômbia


Tudo começou com um post no meu Facebook. Um vídeo do Killers em Manchester tocando “Crystal”, a melhor música que o New Order já fez. E com o Bernard Sumner, do New Order. Na cidade do New Order. Só podia ser coisa de Deus. Como se já não fosse benção o bastante, um amigo morando na terra da Shakira e do Escobar comentou meio que me convidado para um festival em Bogotá onde tocariam o Killers e o New Order e mais algumas atrações remanescentes do Lollapalooza Brasil. E eu que não sou de fazer pouco caso para convite de amigo acabei aceitando e comprei as passagens no mesmo dia.

A coisa toda veio no exato momento eu que eu tentava me decidir sobre ir ou não ir ao Lolla. As vantagens de ir a Bogotá seriam muitas. Além do Killers e do New Order, eu poderia ver Two Door Cinema Club, Foals, Passion Pit e mais o Café Tacvba. E de quebra conhecer um outro país (que eu já vinha querendo conhecer há algum tempo). As desvantagens... Bem, a única desvantagem é que Franz Ferdinand e Black Keys, as bandas que mais me interessavam no Lolla, não tocariam lá.

Daí que eu fui e Bogotá é exatamente o que eu imaginava, só que muito melhor. Do aeroporto até a casa do meu amigo já deu para viver experiências bastante peculiares. No trânsito, o povo consegue ser ainda mais vida loka do que na China. Apenas nesse primeiro trajeto eu vi a morte sorrir para mim no taxi quatro vezes. A arquitetura da cidade é linda e só perde em número de construções com tijolinhos à vista para Londres. E tem a comida, que é de comer de gatinho. E tem as arepas con queso, a melhor "comida de rua" que eu já encontrei desde o inesquecível churrasquinho de escorpião de Pequim. E tem as colombianas, que são lindas e bem vestidas. E o povo colombiano, no geral, que é gente finíssima e quebra tudo na balada e sabe cantar as músicas do Foals e do Steve Aoki.


O Estereo Picnic, o festival que me levou até lá, foi mesmo uma maravilha. Muito organizado, padrão Europa, embora eu nunca tenha ido a um festival na Europa (na verdade esse foi o meu primeiro festival fora do Brasil). O Passion Pit acabou cancelando o show nos 48 do segundo e eu não cheguei a tempo de ver o Two Door Cinema Club. Nem o Café Tacvba.

Mas a verdade é que o que me levou até lá, afora todo o resto que eu já contei aqui, foi mesmo o Killers e o New Order (não necessariamente nessa mesma ordem). E os shows foram realmente incríveis. O Killers foi mais ou menos o que eu esperava (e infelizmente não tocou “Bones”, como a gente podia supor). O New Order foi exatamente o que eu imaginava, só que muito melhor. E ao que tudo indica o Foals foi o show mais surpreendentemente excelente que eu terei visto em muito tempo.

Foi especialmente gratificante ver o New Order ao vivo. Sou do tempo em que a gente descobria bandas lendo revistas, jornais e as colunas do Álvaro Pereira Junior. E foi lá que eu descobri o Joy Division, que mais tarde viraria o New Order. E teve colunas também sobre o New Order e sobre tudo o que eles significaram para os rumos da música. Aí eu fiquei meio que fissurado na história deles, do Ian Curtis e de tudo o que eles fizeram depois (e antes também). Mais tarde acabei indo a Manchester por causa do Oasis, mas a viagem acabou sendo muito especial também por todas as outras bandas que já saíram de lá (especialmente o Joy Division/New Order).

Por tudo isso e por mais um monte de motivos que não caberiam aqui ver o New Order ao vivo em um outro país, por si só, já configuraria uma experiência mais que excelente. Ainda teve o adendo de ótimas companhias e de um amigo especial com muita coisa em comum (inclusive o apreço pelo Joy Division, pelo New Order e pelo Oasis).


De volta ao Brasil, decidi escrever uma resenha do show do New Order para esse blog. Mas antes de postar decidi mandar para o Marcelo Costa, do Scream & Yell, meio que “oferecendo” o texto para o site (do qual sou fã desde a época em que a Shakira era morena, gordinha e fazia playback de músicas em espanhol no programa do Gugu). E como se pouca coisa boa fosse bobagem, ele publicou e eu fiquei feliz demais. E esses dez parágrafos que eu escrevi aqui são apenas para apresentar o texto sobre o show do New Order que eu escrevi e que está no Scream & Yell, o que representa não apenas um prazer como também uma honra para mim. Reproduzo o começo dele logo abaixo. E convido o querido leitor para ler a íntegra por lá.

"Em sua primeira passagem pela Colômbia, no último domingo (07/04), o New Order teve a confortável missão de tocar antes do Killers, atração principal do último dia do festival Estereo Picnic, em Bogotá. Confortável por três motivos: primeiro porque numa situação inversa, com os norte-americanos tocando antes dos ingleses, é provável que não sobrassem meia dúzia de gatos pingados para esperar o último show da noite. Segundo porque, com os seus shows de arena arrebatadores (apesar dos últimos álbuns fracos), o Killers consegue manter nas alturas o clímax de uma noite de festival onde eles são a atração principal (mesmo entrando na sequência de uma banda monumental como o New Order). Por fim, mas não menos importante, o simpático público colombiano, formado por filhos de uma geração ansiosa por uma saída pacífica do conflito armado e aprendendo a se acostumar com a discreta entrada do país na rota de shows internacionais, agiria com bastante cortesia qualquer que fosse a atração ali.”

Agora corra até o Scream & Yell e não perca o restante desse texto (tenho fé que ele melhora bastante no decorrer dos parágrafos).

[As fotos foram retiradas da fan page do festival Estereo Picnic. A primeira e a terceira são de Camilo Rozo, a segunda de Torey Mundkowsky]

2 comentários:

NaÏF Club disse...

Rapaz, cheguei aqui pelo New Order, mas me chamou a atenção o seu sobrenome! tem alguma relação com a família de Jardinópolis? alias minha avó era Malvestio.

um abraço

Marcelo Scrideli

Alexandre Malvestio disse...

Caro,
Sou de Ribeirão Preto. Minha família tem relação com Jurucê (vizinha de Jardinópolis). Meu sobrenome pronuncia-se Malvéstio (apesar de não ter acento). Tem a família cujo sobrenome pronuncia-se Malvestío (com a tonicidade no final) e que não tem nenhuma relação com a minha. É essa, pelo que sei, que é de Jardinópolis. Mas enfim, nunca se sabe. Pode até ser que haja alguma relação com a família da sua avó sim (embora eu não tenha conhecimento sobre parentes em Jardinópolis).
Abraço!