Essa foto eu achei no Google com a legenda “para se esconder dos paparazzis”
Preciso falar mais sobre coisas que me irritam ou então esse blog vai perder totalmente a sua linha. Isso para o caso de algum dia ele ter tido alguma.
O novo clipe da Madonna é bom, mas o fato da música – e o próprio vídeo – parecer mais um trabalho do Justin com participação dela, e não o contrário, me irrita. E o pior é que eu nem falei sobre isso no post anterior. Mas esse assunto é passado.
Hoje eu quero falar mal de blogueiros. Virou moda. O Diogo Mainardi falou, o Álvaro Pereira Júnior falou. Ou seja, todo mundo que realmente importa falou. Isso me inspira. Não tenho nada contra aqueles blogueiros que, para usar as mesmas palavras do Álvaro, mantêm a sanidade mental. O que eu odeio são aqueles a quem o mesmo Álvaro chama de blogueiros em tempo integral.
O BlogLog, site do portal Globo.com que agrega blogs de globais e outros famosos, é uma boa vitrine para essa espécie. Lá, com exceção de uma dúzia de famosos em plena atividade sob os holofotes, um bando de náufragos da fama se esforçam para ter seus diários lidos e, quem sabe, figurar na lista dos mais visitados e comentados. Chega a ser deprimente.
Além de cultivar expressões cafonas, como se referir aos seus leitores como bloglindos ou distribuir estalos, afagos e por aí vai, os célebres reservam tempo para falar sobre tudo e sobre todos. Sempre com a mesma falta de categoria. Postam fotos de viagens, de filhos, sobrinhos, namorados. Divulgam roteiros com os lugares onde estarão trabalhando, dançando, namorando. Desabafam. Dias depois, no mesmo lugar, se queixam da invasão de privacidade e do assédio de fotógrafos e jornalistas. Joana Balaguer reclama da incompetência do júri do Dança dos Famosos – quadro do programa Domingão do Faustão - que a desclassificou. Dos paparazzis que não a deixam ter amigos em paz. Carolina Dieckmann fala sobre o caso Isabella. "Enquanto não houver prova, não devemos julgar quem quer que seja", escreveu. A lista de aberrações é quilométrica.
Salvam-se um ou outro blog. E só. Um dos bons lugares para se perder alguns minutos foi lançado há poucos dias e alçado direto para a lista dos mais visitados do site. Trata-se do diário do apresentador Marcos Mion. Aquele que já foi judeu no programa Sandy e Junior, revelação na MTV, aposta na Band e, no final das contas, acabou voltando para a MTV.
Na página, além de sacanear a "bregueira" dos seus companheiros de BlogLog, o apresentador opina sobre tudo e todos. Sempre no melhor estilo "metralhadora giratória". No post de hoje, por exemplo, ele lançou a campanha Sai da frente Aguinaldo!!!, que pretende tirar o blog do novelista Aguinaldo Silva do primeiro lugar entre os mais visitados e comentados do site. Também se presta a analisar a MPB. "Quem foi o puto que disse que cantar baixinho, sentado num toco de perna cruzada, usando um português que ninguém entende é legal?!!! Musica é boa quando vc pode gritar junto, dançar, mandar um pelado correria na tua mina, tá ligado?", diz.
Nunca pensei que fosse, algum dia, reverenciar o estilo do Mion. Foi, no mínimo, constrangedor vê-lo se transformar, há alguns anos, no bombado depilado e narcisista que insiste em aparecer pelado na MTV. Ou então naquele que beija o VJ Casé no horário nobre, usa saia. Se bem que isso deve ser o que chamam de atitude e eu não sei de nada. Se bem que ele acabou ganhando créditos comigo ao hostilizar a Sandy ao vivo, em rede nacional, em uma premiação da emissora, há algum tempo. Não que eu odeie a irmã do Junior, mas foi sensacional ver o apresentador da festa dizer na cara dela que sua imagem estava desgastada.
No post em que analisa a MPB, Mion ainda se dispõe a opinar sobre o clássico O Pato, do João Gilberto. Com o mesmo estilo de quem não se leva a sério, totalmente na contramão dos globais e náufragos da fama que povoam o mesmo BlogLog, ele explica o motivo pelo qual a música não pode ser boa. "Quem é que transa com ‘o pato, veio correndo alegremente, qué, qué, qué’?!!! Nem sei se é alegremente... só ouvi esta música uma vez na vida, antes de usar o CD como pires pro café."
Mais tosco impossível.
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