O forte desse blog não é a atualização. Nunca foi. Então eu não preciso pedir desculpas por querer falar hoje de um show do Holger que aconteceu dez dias atrás, no Bar Secreto, em São Paulo.
Conheci a banda há algum tempo, no blog do Lúcio Ribeiro. E desde então é lá que eu venho descobrindo quase tudo o que eu sei sobre eles. Por exemplo, que 2009 foi um ano excepcional para a sua curta carreira. Nos últimos doze meses, eles se apresentaram em festivais importantes no Brasil, receberam indicações para o VMB, tocaram no Canadá, nos Estados Unidos e até dentro da loja da Diesel, nos Jardins. Muito disso, penso eu, pela repercussão do (excelente) EP Green Valley. Mas principalmente pelo barulho que vem sendo feito em torno de suas loucas apresentações. É fácil comprovar: não há show brasileiro mais legal que o deles atualmente.
Do lado de fora do Secreto, na quarta passada, um hostess com camiseta do Sepultura recomendava o show para um bando de dasluzetes indecisas, contando que tinha visto a passagem de som, mais cedo, e que era "bom". Lá dentro: mulheres lindas desfilando roupas caras, álcool correndo solto e uma banda ensandecida tocando sobre a pista de dança. O show é ensurdecedor e eletrizante - isso para economizar adjetivos. Uma rajada de anfetamina. Em meia hora de apresentação, os cinco Holgers, todos com 20 e poucos anos, se revezam nos instrumentos, esmagam a bateria, deitam no chão e chamam espectadores mais empolgados para dançar no poste do bar. A intensidade é tamanha que parece que o mundo vai acabar ali, no Secreto.
O som da banda vai na esteira de clássicos do indie (Wilco, Pavement). As letras são ótimas. A boa The Auction, uma das faixas mais conhecidas, tem clipe passando na MTV - mas o vídeo é muito ruim.
No dia seguinte ao show, no Twitter, testemunhas usavam adjetivos impublicáveis (mas sempre positivos) para se referir à apresentação. Uns apelavam para analogias futebolísticas (“é que nem pênalti, tem que se esforçar para sair no 0 x 0”), outros faziam poesia (“muito amor”) e até diziam que aquela era a melhor coisa que tinham visto em muito tempo (tudo bem, esse era eu).
Na Rolling Stone deste mês, a do Mano Brown na capa, tem matéria com a banda. O texto diz que eles ainda frequentam a faculdade e dependem de outros trabalhos para sobreviver. E que fazem planos de gravar o disco de estreia no ano que vem.
Sinais de que a festa está apenas começando.
(A foto, que não é do show no Secreto, foi roubada do Flickr da banda.)
Um comentário:
Ae Alexandre, muito obrigado pelo post good vibe! Apareça em mais shows quando possivel, um abraço, Holger.
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