domingo, 1 de junho de 2008

Deixa para lá

E a novela Duas Caras acabou ontem. E eu ainda não consegui entender como o ex-napudo do Ferraço conseguiu continuar exatamente com o mesmo corte de cabelo – para não falar no mesmo tom de luzes - depois de dois anos de cadeia. Na certa, ele - que nem tinha curso superior e deveria estar dividindo a mesma cela com outros 327 parceiros – recebia visitas semanais do Fernando Torquatto no chilindró.
O Torquatto é aquele esquisito que não desgruda do Gianecchini e que adora maquiar, pentear e fotografar todos os bombados e siliconadas da Globo. Estranho demais. Eu olho para a cara dele e o imagino em um loft todo moderno e cheio de gatos. Voltando no tempo, vejo ele sendo criado pela avó.
Mas isso é outra história, deixa para lá.
Se bem que agora ele casou, né? Com a filha adotiva do ex-cantor baiano e atual ministro da Cultura Gilberto Gil. Ou ex-ministro baiano e atual cantor internacional, sei lá.
Tem gente que não tem sorte, mesmo. Dizem que é traumatizante o momento em que uma criança descobre ter sido adotada. Depois passa, mas na hora é uma barra. Para a mulher do Torquatto, coitada, o triste mesmo deve ter sido descobrir que ela era irmã da Preta Gil. Imagina?
Deixa para lá.
Como eu dizia, o Torquatto deve ter picado cartão na porta da cadeia onde o Ferraço se hospedou. Fico imaginando ele com aquelas camisetas justinhas e o cabelo propositalmente despenteado chegando lá com uma touquinha, um vidro de água oxigenada e um pincel nas mãos. Imagina a cara dos outros encarcerados vendo a cena?
E o Ferraço saiu de lá com os mesmos óculos também. E com a mesma bolsa descolada e o mesmo BlackBerry. Depois dizem que a gente não pode confiar nos policiais brasileiros. Eles guardaram tudo direitinho para ele durante dois anos, coitados. E olha que nós estamos falando do sistema carcerário do Rio de Janeiro, que é muito pior que o de Abu Ghraib.
E por falar no BlackBerry do Ferraço, vocês viram que ele tocou logo depois do cara ser solto? Isso quer dizer que ele também deve ter levado o carregador e pedido para algum policial gente boa carregar o celular enquanto ele cumpria a pena. E a coitada da Maria Paula deve ter continuado pagando a conta do telefone também. Porque se era pré-pago a operadora teria que ter cancelado a habilitação por falta de inserção de créditos. E se era pós-pago a ex-empacotadora do Extra teria que ter continuado pagando a assinatura, mesmo sem ninguém usar. Se bobear ela ainda pagou unzinhos para os PMs deixarem ele com o celular lá dentro. Acabei de imaginar aquele magrelo gigante agachado no meio de quinhentos negos e jogando Tetris com o seu BlackBerry. Sem noção.
E o filho dele, o Renato? Coitado. De tão traumatizado com a prisão do pai, deve ter enfrentado problemas de desenvolvimento. Não mudou nada, mesmo depois de tanto tempo. Bem que eles poderiam ter colocado outro ator para fazer o menino no futuro, não é? Ficou mais sem noção que ver a Ana Paula Arósio na outra novela. Ela com aquela cara linda de capa de Capricho e aquele monte de filhas gigantes que já deveriam ter nascido quando ela ainda aprendia falar. Deixa para lá.
E teve a Maria Sílvia Barreto Pessoa de Moraes. Li em algum lugar que a boca que ela fazia quando ficava brava parecia o bico de um Conguinha. Lembra do Conguinha? Sem noção. E aquela franjinha que todo mundo imitou nas ruas? Parece fácil. Corta o cabelo daquele jeito e fica a cara da Alinne Moraes. Coitadas. Vou comprar um Ray Ban Wayfarer para ver se eu fico a cara do Brad Pitt também. Fácil.
O que eu não consegui entender foi como a Sílvia saiu de casa com a roupa do corpo e foi acabar em Paris com um marido que é a cara do Rico Mansur e um amante favelado. Isso para não falar que ela ainda estava sendo procurada pela polícia. Ninja demais. Depois de ser atropelada pelo ricaço, ela, no mínimo, deve ter convencido ele a levá-la direto para o centrão do Rio, onde eles compraram documentos e passaportes falsos. E de quebra disse que eles tinham que levar um motorista brasileiro para lá – o tal favelado. Ela deve ter argumentado que os chofers franceses são incapazes de dirigir tão bem por Paris quanto um carioca chucro que não deve nem saber em que cidade fica essa tal de Catedral de Notre-Dame.
Tudo bem que a Alinne Moraes e aquela cara e aquelas pernas enormes são capazes de desestruturar qualquer um. Mas daí para o cara que parece o Mansur embarcar nessa barca furada de primeira é meio esquisito, não é não?
Deixa para lá.

*Essa foto, onde a Giselle Itié virou a Amy Winehouse, foi feita pela Hanna Jatobá para uma exposição em São Paulo.

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